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As polêmicas em torno de The Last Of Us 2

Nos últimos dias eu tive muitos enjoos fortes inexplicáveis e não estava conseguindo fazer nada de produtivo na minha quarentena. O mal-estar me deixava sem disposição nenhuma para estudar, etc. Então aproveitei a situação para fazer algo mais passivo. Estava sabendo de toda uma polêmica em torno do lançamento do jogo da Naughty Dog, sequência do jogo bastante popular The Last of Us. Peguei então para assistir no Youtube a gameplay completa do jogo para avaliar ele (não tenho o console, e talvez se fosse eu mesmo jogando nem ia ter disposição de jogar tudo por conta dos enjoos) e para ver o que tinha de certo e de errado na polêmica. Depois de completar o jogo, vim então trazer aqui o meu review de espectador. Gostei muito do jogo e vou defendê-lo aqui, porém vou mostrar que existem sim críticas que podem ser feitas a ele que não passam apenas por preconceito.   Vou tentar começar o texto sem spoilers do jogo, e depois vou me aprofundar mais no enredo e avisar que será uma parte com
Mensagens recentes

Sabrina Fernandes e a crítica à teoria da ferradura

Isso na verdade era um texto pra Face, mas acabou ficando muito grande pros padrões de lá, então penso que jogar aqui no blog vai permitir as pessoas lerem com mais atenção e de forma mais agradável. Já tem um tempo que eu penso que a Sabrina Fernandes é uma das influenciadoras mais danosas à política brasileira, e queria me posicionar sobre ela (já explico o porquê). Já estou também topando na internet com esse vídeo tem um tempo [1], alguns amigos já me recomendaram, vejo postando nos lugares. Depois de finalmente assistir, acho que responder a esse vídeo é uma boa forma de fazer uma crítica a ela, porque o assunto desse vídeo é também o núcleo da minha discordância com ela: as relações entre extremismo e centro político. Primeiramente queria dizer que o vídeo me surpreendeu positivamente por achar a forma dela se expressar agradável, didática. Mesmo discordando dela, não consegui sentir uma antipatia da forma como sinto por outras figuras mais truculentas. Não foi a primeira vez

Manifestações antirracismo e destruição de patrimônio: uma reflexão política

Nos últimos dias os conflitos sociais têm se intensificado. Já tem meses que o clima de conflito ocorre pela trajetória ainda forte da nova extrema direita (e a necessidade de se opor a ela), em conjunto com os problemas causados pela pandemia. De modo geral, no Brasil e no mundo, essa nova direita tendeu a ser irresponsável frente a pandemia, e aqui o Bolsonaro em especial teve um nível de irresponsabilidade absurdo e incomparável. Ainda assim, não se podia combate-lo propriamente, em decorrência da necessidade de acatar a pandemia, do cuidado com a saúde pública. Mas isso mudou.                 Nos EUA a gota d’água foi com o assassinato de George Floyd. Um homem capturado pela polícia em condições degradantes e assassinado (após o policial ficar mais de oito minutos ajoelhado no pescoço dele, ele faleceu), tudo isso por um suposto crime leve, de tentar passar nota falsa. O ocorrido estourou uma onda de protestos nos EUA, contra o recorrente assassinato de negros pela polícia. O ca

Bacurau é “as novas roupas do imperador”

Passado alguns meses e com eles sendo levado embora o hype finalmente peguei para assistir já bem atrasado o Bacurau. Acontece que pelo que eu sabia por cima da trama era um filme que não me interessava tanto. E não existe nada que tenha mais peso para impedir alguém de assistir um filme quando já pouco inclinado do que todos a sua volta insistindo “você precisa assistir esse filme, é muito bom”.  Eu não sou nenhum monstro de direita nem nada do tipo. Sou de centro-esquerda, moderado, e o que eu ouvi falar por cima, e as críticas que li, me fizeram ter a impressão que a narrativa era um tanto simplista do ponto de vista político. E por isso minha inclinação inicial a não assistir. Que durou uns meses. Recentemente vi algum comentário ou crítica na internet que me fez lembrar do filme e pensar que poderia valer a pena ver para avaliar, julgar por mim mesmo o que todos comentam. Foi uma tarefa árdua. Consegui acesso ao filme em meu computador, com esse erro eu poderia paus

O Poço e as relações entre religião e política

O filme O Poço foi uma obra que me surpreendeu positivamente. Eu assisti ao trailer e pensei “ah é só mais um filme ‘crítica social foda’ né”, mas como vi que tinha gente falando bem dei uma chance e achei o filme realmente muito bom. A trama do filme é sobre um tipo de prisão em diversos níveis, cada nível com 2 prisioneiros, em que a única comida que recebem é um banquete que desce por uma plataforma flutuante, descendo lentamente andar por andar. Acontece que nos primeiros andares é possível se fartar com o banquete, enquanto nos últimos não sobra nada mais e as pessoas passam fome. Periodicamente as pessoas são trocadas de andar (parece que a cada mês, e a troca parece aleatória) e aí elas têm uma experiência bem diferente, cada pessoa passando pelas diversas situações. Muitos quando estão nos andares mais baixos não aguentam a tortura de ficar sem comida, e aí ocorrem suicídios, ou mesmo canibalismo, em que um colega de cela mata o outro para comer. Cada prisioneiro tem direit